Primeiro, o fundador da CVC, presidente e dono do grupo GJP (hotéis e resorts), Guilherme Paulus, chegou a Canoas, onde terá uma unidade no recém-lançado complexo multiuso da construtora Melnick. Porto Alegre será a próxima parada de um empreendimento de hospedagem com a grife de Paulus, antes restrito a Gramado, onde estão cinco operações, entre elas o Saint Andrews. "Que tem seis, sete estrelas", disse o empresário, que divide o capital da CVC com o fundo Carlyle, de norte-americanos. Na Capital, o empreendedor projeta uma unidade de quatro estrelas, investimento entre R$ 50 milhões a R$ 70 milhões. Sem data para decolar, o projeto está na fase de buscar terrenos (que estão com alto preço) e localização. No desempenho dos negócios, Paulus diz que a receita da hotelaria cresce 9%, mas em viagens a queda no fluxo internacional está longe de ser compensada pelo turismo interno.
Jornal do Comércio - Havia algum preconceito em investir na Região Metropolitana?
Guilherme Paulus - Chegamos a namorar Gravataí, mas lá tinha a previsão de outro hotel. Aí surgiu a oportunidade em Canoas há um ano. Estudamos a proposta, viemos várias vezes para cá neste período. Quando a construtora Melnick Even me mostrou o projeto do Maxplaza, me apaixonei, pois o complexo multiuso (lançado na semana passada) liga saúde, serviços e torres de escritórios, tipo de combinação que é o que tem de mais moderno acontecendo nos últimos cinco a seis anos nos Estados Unidos.
JC - A cota de 20% no investimento do hotel pode aumentar?
Paulus - Será uma experiência. Cheguei a investir num negócio semelhante no Nordeste (Porto Seguro) e vendi, pois tinha a CVC e não conseguia tomar conta. Atualmente, estou mais dedicado à hotelaria. Hoje, 25% da minha capacidade de trabalho já doo à CVC e 75%, aos hotéis. Também estou olhando com carinho para um hotel em Porto Alegre. Já estamos trabalhando para ver uma área.
JC - E qual será a localização?
Paulus - Ainda não definimos, mas vamos ter. Será de quatro estrelas, da linha Prodigy. Tivemos a chance de avaliar o Aeroporto Internacional Salgado Filho, mas não achei interesse e não disputei a concorrência (a concessão para o setor privado foi vencida pela rede Laghetto). No entorno do aeroporto, há hoje cinco hotéis. Pensar em um sexto, a pergunta é: qual será o nível de ocupação? Ao fazer estudo, percebe-se que se será uma concorrência predatória.
JC - Na Capital, qual é a região que não tem essa concorrência?
Paulus - Acho que na área perto do Hotel Sheraton (bairro Moinhos de Vento) ou na região da avenida Carlos Gomes, onde temos a sede da GJP (sede corporativa), que está crescendo, e espero que terminem a obra da rua Anita Garibaldi. Esse é um problema (obras paradas, ou que demoram), o País sofre muito com isso, não é só Porto Alegre. Algumas cidades se safam; algumas, não.
JC - Para quando vai ser o empreendimento?
Paulus - Estamos procurando terrenos, apareceram alguns, mas com preço muito alto. Sempre compramos, mas pode surgir uma parceria com a Melnick, estamos conversando. Seria um hotel com 150 apartamentos de quatro estrelas com investimento entre R$ 50 milhões a R$ 70 milhões (terreno e obra).
JC - Como está o desempenho dos hotéis neste ano?
Paulus - O crescimento real sobre 2014 é de 9% na receita e 7% em ocupação (média de 65%), para pagar a conta. Tivemos no ano passado a Copa do Mundo, que foi excelente para alguns mercados. Neste ano, já estava na conta o problema político (independentemente de quem ganhasse a eleição presidencial pela má gestão passada). Para sair do problema atual, precisaremos de mais três anos, pois a recuperação no País é muito rápida, graças à capacidade de adaptação do brasileiro. Se o prefeito baixa impostos, tudo agrega para o desenvolvimento.
JC - E como será 2016?
Paulus - Vai depender do que ocorrer. A Dilma fica? Vai embora? Não vamos parar de investir, pode ser 50% em vez de 100%. A negociação da CVC com Smiles parou, está parada, não tem solução. O mercado não está favorável. As ações da Smiles caíram, da CVC também. Os meus sócios norte-americanos (fundo Carlyle, com 45% do capital da CVC) querem o valor real. Adquirimos a Submarino Viagens, que vai fechar o ano bem, mas perdemos o movimento das viagens internacionais. Para compensar, precisamos ter quatro passageiros internos para cada um do exterior.
Fonte: Jornal do Comércio | Patrícia Comunello
Solicite informações sobre as unidades a venda no Maxplaza Canoas:
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